A poesia produzida no interior do estado não se cala e nem se curva
Da esquerda para a direita: Carlos Vinhort, Evilásio Júnior, Luiza Cantanhêde e Luis Henrique |
Não é de hoje que os literatos de
nossa urbe são destaques em concursos no estado e no país. A poesia feita aqui não
se curva ao que é produzido no Brasil, não fica devendo nada aos escritos nos
diversos estados do país, pois a poética santainesense come tapiaca na beira do
Rio Pindaré, foi benzida por Militana, brinca no boi de Lobato e corre pelos
trilhos históricos da antiga linha de ferro.
Infelizmente falta apoio aos
poetas de nossa cidade, mesmo assim, a produção não para, obras e mais obras são
lançadas, mesmo com poucos eventos voltados à literatura, poucos projetos
desenvolvidos nas escolas e nas universidades, falta de apoio do poder público
e departamentos que cuidam da cultura (literatura também é cultura), criação de
mecanismos legais que amparem os artistas, valorização, estudos sobre a literatura
de nossa região, etc., o fazer literário vai sendo uma ferramenta de
emancipação e um grito de resistência.
Tudo que foi citado anteriormente
é de suma importância, deve caminhar de forma harmoniosa, pois assim, os poetas
poderão produzir ainda mais e com qualidade. Fazer poesia é laborar, não é
brincadeira. Quando o poeta for valorizado, quem sabe, a literatura de Santa
Inês seja lida, estudada e premiada em concursos no estado e Brasil a fora, ou
quem sabe, no mundo!
O resultado da qualidade da poesia
da Ponta da Linha foi visto no Prêmio Literário Gonçalves Dias, iniciativa da
AMEI (Associação Maranhense de Autores e Escritores Independentes) e Adriano
Sarney, Deputado Estadual. O evento aconteceu no São Luís Shopping, na capital
do estado, no dia 10/08, sábado.
Santa Inês conseguiu colocar cinco
autores entre os quarenta que foram selecionados de todo o Maranhão, entre as
mais de 505 poesias inscritas, os nomes de Luiza Cantanhêde, Luis Henrique, Evilásio
Júnior, Carlos Vinhort e Lívio Guedêlha estiveram entre os presentes. Outro
ponto alto, foi que Carlos Vinhort ficou entre os cinco colocados, por uma
ironia do destino (coloca ironia nisso!), não se sagrou vencedor.
Dos nomes dos poetas aqui citados,
alguns já ganharam prêmios, menções honrosas, participaram de várias antologias,
têm textos publicados em revistas, blogs, entre outras plataformas de
divulgação da literatura. Esses poetas vêm construindo uma nova forma de fazer
poesia e renovando a arte literária na região. Mostrando que mesmo com a falta
de apoio, a poesia do interior do estado não se cala e nem se curva.
Evilásio Júnior
Poeta, autor do livro
de poesia
Pulsões de vida e
morte (Penalux, 2019)
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